domingo, 16 de setembro de 2012

Paixão

Ah, a paixão. Algo tão bonito nos filmes, buscado por muitas pessoas e odiada por mim. Odeio estar apaixonado, porque quando isso acontece a pessoa despiroca completamente. Para uma pessoa controladora como eu, perder a noção dos seus sentimentos é algo ultrajante. E as coisas que mais irritam são as atitudes tomadas por mim quando estou neste estado de espírito. Um saco! Quando eu tenho um problema - assim como a paixão - eu estudo sobre ele pra tentar entender o que está acontecendo. Sei o nome de todos os hormônios liberados, as atitudes típicas de um indivíduo contaminado, mas não adianta. Os pensamentos da pessoa são iguais a uma manada correndo na savana em direção a um oásis, que no caso é a boca ou os dedos (vamos modernizar a frase clichê, já que atitudes hoje em dia podem ser tomadas com estes membros).

Uma vez minha professora de psicologia da educação fez uma metáfora que explica muito bem a paixão. Dizia: "A paixão é como se a pessoa estivesse participando de um jogo de tênis contra um espelho. Você joga pro outro lado achando que a pessoa-alvo está jogando, mas na verdade é apenas seu reflexo, rebatendo do jeito que você queria, na hora que você queria.". Na paixão criam-se expectativas falsas, esperam-se ações que nunca existiram, imaginam-se coisas que só acontecem na sua cabeça. É como se sua mente estivesse pregando uma peça em você mesmo, e é por isso que eu gosto de tratá-la como uma doença. Você quer sempre estar junto da pessoa pois acha que ela te completa, te faz feliz, mesmo isso sempre um perfeita mentira. Odeio a paixão. Você toma atitudes idiotas e inventa coisas para chamar a atenção e por mais que tente se afastar, tem alguma coisa que te traz pra perto de volta. O mais intrigante é a solução muitas vezes sugerida por algumas fontes é a seguinte: delete a pessoa do facebook, do twitter, do msn, do skype, etc, procure não conversar com ela e espere passar. Vendo estas sugestões, achei elas interessante e montei minha hipótese:

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Ficha Técnica:

Nome do caso: Paixão
Objetivo: Destruir a paixão sentida pela pessoa-alvo.
Plano de ação: Não conversar com a pessoa em nenhum meio de comunicação.
Período da coleta de dados: 1 dia.
Relato de experiência: Fiz uma preparação parcial durante dois dias, evitando conversar com a pessoa neste período de tempo. No primeiro dia de pouco contato tive muitas dificuldade para não chamar a pessoa pra conversar, mas logo melhorou. Por um dia consegui não manter nenhum contato com a pessoa. Este dia sem contato e os outros dias com pouco contato deixaram minha semana mais tranquila e eu cheguei a pensar que estava curado. No inevitável encontro pessoal senti que estava mais calmo, mas o tratamento foi caindo por terra assim que as horas foram passando. Atitudes ridículas consecutivas por muito pouco não afetaram a amizade, mas foram potencialmente perigosas. Importante lembrar que eu tive muitas coisas para me distrair, como o trabalho e compromissos paralelos, acho que eles me ajudaram bastante na reabilitação.
Análise: Meus dois dias de pouco contato mostram que esta é um opção mais calma pra lidar com isso. Em contrapartida, meu dia de ausência de contato foi muito bom, melhor que os dias de pouco contato, embora menos consolador. Vi que houve uma mistura dos dois, então é possível e pode até ser mais efetivo que apenas uma opção sozinha.
Conclusão: Descobri que existem duas opções legais. Primeiramente você pode apenas limitar o contato com a pessoa. Muito difícil no primeiro dia, mas no dia seguinte você já sente que é mais fácil não manter este contato. Para os mais radicais, pode-se também evitar completamente o contato com a pessoa, acredito que seja mais efetivo e funcione mais rapidamente. Sugiro particularmente que os dois sejam misturados. Não posso afirmar com base nestes dados coletados que falar pra pessoa seja uma coisa horrível, mas sugiro que esta informação não seja compartilhada com muitas pessoas, principalmente com a pessoa-alvo.

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Bem, amigos, pela primeira vez aqui no Conhecimentos Empíricos (como se o blog já tivesse muitos anos de vida) já trago um pré-resultado da pesquisa direto no primeiro post, pois já a vivenciei. Digo pré-resultado porque apliquei minha técnica apenas por um dia e consegui parcialmente alcançar meus objetivos neste momento. Infelizmente a abstinência de tratamento acabou por piorar minha situação, voltando à estaca zero. Com isso, descobri que a técnica precisa ser aplicada durante um certo tempo e você deve se cuidar para não ultrapassar limites no período de reabilitação. Por experiências anteriores, sei que depois que a paixão passa, seu contato com a pessoa pode voltar a ser como era anteriormente, então não desista! Sintam-se livres para compartilhar experiências por aqui.

Abraço,
Fernando

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